Patrono da Funed faria 141 anos neste 11 de maio
Apesar de ter falecido há quase 100 anos, a imagem de Ezequiel Dias se mantém fortemente ligada à história da saúde pública no Brasil e, claro, à história da Funed em Minas Gerais. Neste dia 11 de maio, quando se comemora o aniversário de nascimento do patrono da Funed, a Fundação não poderia deixar de prestar sua homenagem.
Natural de Macaé, no Rio de Janeiro, Ezequiel Caetano Dias deu início à sua vida acadêmica aos 16 anos, quando cursou Farmácia para satisfazer os desejos do pai. A medicina, sua verdadeira vontade, começou a cursar aos 19 anos na Faculdade Nacional de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ezequiel conheceu Oswaldo Cruz ainda muito jovem, em 1902, quando foi escolhido para ser seu assistente no tempo em que dedicava-se aos estudos da microbiologia e da medicina experimental. O início da formação familiar começou no ano seguinte, quando se casou com Maria Cândida Fonseca, cunhada de Oswaldo Cruz.
Um fato curioso sobre a sua vida foi contado por Maria José Ferreira Dias, uma das filhas de Ezequiel Dias. “Colega de trabalho e amigo de Oswaldo Cruz, quando Ezequiel ainda namorava nossa mãe Maria Cândida, conhecida como Miúça, irmã de Emília (Miloca), esposa de Oswaldo Cruz. E para trocar bilhetes durante o namoro, a solução que encontraram foi o chapéu de Oswaldo Cruz, que servia de pombo correio sem o saber”, revelou Maria José. Além de Maria José, Ezequiel Dias e Maria Cândida tiveram cinco outros filhos: Ezequiel, Emmanuel, Oswaldo, Hélcia e Antônio Caetano.
Ezequiel Dias, juntamente com Oswaldo Cruz, organizavam caravanas técnicas com o objetivo de expandir os conceitos de saúde pública pelo país. Aliado a isso, existia a necessidade de tratamento médico de Ezequiel Dias contra a tuberculose. Belo Horizonte chamava a atenção na época pelo clima seco e montanhoso, ideal para o tratamento da doença. Por recomendação médica, mudou-se para a capital mineira em 1906, permanecendo um ano afastado de suas funções.
Na cidade, ele não se dedicava apenas ao fazer científico. Manteve uma vida intelectual ativa e chegou a organizar saraus às quintas-feiras, que aconteciam na filial do Instituto Manguinhos e até em sua própria casa. O pesquisador tinha sensibilidade poética e chegou a escrever alguns poemas. Logo que obteve uma expressiva melhora, montou em um dos quartos de sua residência (Rua Gonçalves Dias n.º 344 no Bairro Serra), um pequeno laboratório de microbiologia para exames urgentes, quando começa o embrião do que seria a Funed hoje.
Em seguida, Oswaldo Cruz designou Ezequiel Dias para dirigir a primeira filial do Instituto Manguinhos do Rio de Janeiro. Assim surgiu a Funed no dia 3 de agosto de 1907, na Rua da Bahia, onde hoje funciona a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.
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Publicado em: 11 de maio de 2021 10:03
Última atualização: 05 de outubro de 2022 15:20
É muito especial a gente saber desse clima de estudo e pesquisa, construído com dedicação e amor à ciência que alguns cientistas hoje preservam. E o respeito à saúde pública precisa ser revigorado, especialmente depois de tudo que temos visto com a pandemia. Institutos, fundações e o próprio SUS precisam ser constantemente revitalizados para que a vida da população seja protegida. Parabéns a todos da Fundação Ezequiel Dias.