Funed atua no diagnóstico da infecção pelo HIV e no monitoramento do paciente infectado

Dezembro vermelho é uma campanha nacional voltada à prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. O mês foi escolhido justamente por já fazer parte do calendário global, sendo o 1º de dezembro o Dia Mundial de Combate à Aids.

Amanda Martins, acadêmica de Enfermagem do SSST, lembra que o HIV, diferentemente de outros vírus, como o da gripe, não consegue ser combatido pelo corpo humano, motivo pelo qual deve ser tratado o quanto antes. Da mesma forma, não existe uma vacina ou uma cura até então conhecida que elimine a carga viral  do organismo. Porém, atualmente, as pessoas que vivem com HIV recebem tratamento antirretroviral, que gera bem-estar e mais qualidade de vida. “Caso o HIV não seja devidamente acompanhado, o paciente pode desenvolver o estágio mais avançado desse vírus, a Aids, que permite infecções oportunistas, como pneumonias e doenças parasitárias, e ainda pode ocasionar alguns tipos de câncer”, afirma.

Uma das formas de prevenção é o uso de preservativo, ou camisinha, que é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir IST’s como o HIV, sífilis, gonorreia e alguns tipos de hepatites. Além da distribuição de preservativo masculino, o SSST também distribuirá algumas unidades de camisinha feminina.

Análises feitas na Funed

O Laboratório Central de Saúde Pública da Fundação Ezequiel Dias (Lacen-MG/Funed) é responsável por realizar as análises de carga viral do HIV e Quantificação de linfócitos CD4 e CD8 – que são células (linfócitos)  infectadas pelo vírus e sua medição é um fator importante para avaliar se o paciente apresenta o quadro de AIDS – em Minas Gerais, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses dois exames são primordiais para o monitoramento da evolução clínica de indivíduos infectados pelo HIV, quando da introdução da terapia com antirretrovirais para novos pacientes. Esse acompanhamento possibilita a adoção de terapias preventivas às infecções oportunistas e busca a efetividade do tratamento.

Pedro Henrique da Cunha Kellis Pinheiro, do Laboratório de Sorologia de HIV (SVR-DIOM), acredita que a data é simbólica e importante. De acordo com o último Boletim Epidemiológico HIV/Aids, o número anual de casos da doença no Brasil vem diminuindo desde 2013, quando se observaram 43.368 casos. Em 2019, foram registrados 37.308 casos. “É importante conscientizar a população sobre os riscos de infecção, sobre a importância do diagnóstico precoce e também acerca das possibilidades de tratamento. O diagnóstico precoce, além de aumentar a expectativa de vida do paciente, evita que o vírus seja transmitido para outras pessoas. Mães soropositivas, por exemplo, têm 99% de chance de terem filhos sem HIV se seguirem o tratamento recomendado no pré-natal”, afirma Pedro.

O analista explica que o diagnóstico da infecção pelo HIV pode ser realizado por várias metodologias, desde que atendam a um dos fluxogramas estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que podem ser consultados no Manual Técnico para o Diagnóstico da infecção pelo HIV. O diagnóstico sorológico é realizado por pelo menos dois testes em série, sendo um teste de triagem e outro teste confirmatório. “Na Funed, realizamos o exame de triagem pela metodologia Quimioluminescência e o exame confirmatório por western blot ou immunoblot rápido. Há também a possibilidade de se realizar o diagnóstico por Carga Viral, quando não é possível fechar o caso com os testes sorológicos ou quando há uma urgência justificada, como em gestantes, por exemplo”, detalha Pedro.

Patrícia Alves Loures, do Laboratório de Carga Viral e CD4, explica que durante a pandemia, o Ministério da Saúde desenvolveu o painel Monitoramento durante a pandemia de covid-19 – Dados relacionados ao HIV,  elaborado com o intuito de auxiliar estados e municípios no monitoramento do cuidado às pessoas vivendo com HIV (PVHIV) e da prevenção à infecção pelo vírus. “Esse painel apresenta indicadores operacionais que são fundamentais para a manutenção da qualidade e da oportunidade das tomadas de decisão realizadas por diferentes instâncias de gestão, durante e após este período de pandemia do novo coronavírus”, afirma Patrícia.

 A Funed atua tanto no diagnóstico da infecção pelo HIV quanto no monitoramento do paciente após o diagnóstico. Em nenhum momento, a Fundação tem contato com o paciente, mas as amostras coletadas nos centros de saúde vêm para a Fundação para que sejam realizados os exames de triagem sorológica, de Carga Viral do HIV e a Quantificação de linfócitos TCD4+ e TCD8+.

Até o dia 23 de novembro de 2021, foram realizados pela Fundação:

  • 601: testes de Carga Viral
  • 674: testes de CD4
  • 797: triagem sorológica
  • 374: testes confirmatórios

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Publicado em: 01 de dezembro de 2021 07:55

Última atualização: 03 de outubro de 2022 15:34