Funed realiza vigilância laboratorial das doenças transmitidas pelo Aedes

Com a aproximação do verão e do período de chuvas, acende-se um alerta para as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, Zika, chikungunya e, potencialmente, a febre amarela em área urbana. Nesse contexto, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) desempenha um importante papel em todo o estado de Minas Gerais, realizando a vigilância laboratorial e entomológica dessas arboviroses.

As arboviroses urbanas apresentam um período de alta ocorrência de casos, classificado como período sazonal. Esses períodos são bem demarcados e ocorrem principalmente durante o verão, entre os meses de dezembro a maio. A atenção e os cuidados, no entanto, devem ser tomados durante todo o ano. Isso porque além desse período sazonal, observa-se que as arboviroses, de maneira geral, apresentam períodos cíclicos e ocasionam situações de emergência. “O período atual tem apresentado baixa ocorrência de casos, mas é muito importante que os poucos casos suspeitos sejam identificados, confirmados ou descartados, além da necessidade de se manter um contínuo monitoramento dos vírus circulantes”, afirma o chefe do Serviço de Virologia e Riquetsioses da Funed, Felipe Iani.

Na Fundação, é feito o monitoramento viral para dengue, zika e chikungunya em todas as amostras, mesmo que a suspeita inicial seja apenas para dengue, por exemplo. “Isso favorece uma vigilância ativa das arboviroses no estado, considerando que os três agravos apresentam sintomas muito semelhantes”, explica a referência técnica do Laboratório de Arbovírus da Funed, Maira Pereira. A especialista explica ainda que, ao dar entrada de uma amostra na Funed, realiza-se uma análise atenta das informações contidas nas fichas de notificação de cada paciente, considerando sintomas, deslocamentos e perfil epidemiológico do município, para melhor direcionar a investigação e realizar outros diagnósticos diferencias, inclusive para doenças bacterianas.

As ações realizadas pela vigilância laboratorial, juntamente com o trabalho de vigilância genômica da Funed, ajudam a prever como será uma próxima epidemia, por exemplo, se no período entre uma epidemia e outra aparece um sorotipo de dengue que não estava circulando no estado há algum tempo. “Isso pode indicar um aumento de casos no período sazonal seguinte. Por meio das análises das amostras, é possível identificar as linhagens virais circulantes, monitorar a evolução dos genomas virais para entender melhor a origem de surtos e epidemias, tentar prever surtos futuros e auxiliar na manutenção dos métodos diagnósticos atualizados”, explica a referência técnica do Laboratório de Biologia Molecular da Funed, Talita Adelino. Nesse contexto, a Funed, juntamente com a Vigilância Epidemiológica Estadual, seleciona algumas amostras com critérios técnicos para a realização desse estudo.

Além dessas ações, a Funed também conta com a participação de servidores do laboratório de Arbovírus como membros do Comitê Estadual de Enfrentamento as Arboviroses, onde são discutidos e deliberados os assuntos referentes às arboviroses em todos os eixos: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Laboratorial, Assistência e Controle Vetorial, favorecendo uma integração importante entre as áreas. Especificamente sobre a febre amarela, a Funed além de realizar a análise laboratorial da doença, tem participado da coleta de vetores e realizado as análises em vísceras de macacos (primatas não humanos) que são encontrados mortos, já que esses animais são sentinela da febre amarela.

Conheça mais um pouco das ações realizadas pela Funed na vigilância laboratorial das arboviroses em Minas Gerais:

– Divulgação das diretrizes técnicas de orientação sobre coleta de amostras para sorologia e pesquisa viral.

– Orientação sobre a coleta oportuna de amostras, as condições para armazenamento e o transporte de amostras ao Lacen-MG/Funed, a partir de informações disponíveis no Manual de coleta, acondicionamento e transporte de material biológico para exames laboratoriais.

– Programação, aquisição e manutenção do estoque necessário de kits de exames de diagnóstico sorológico e pesquisa viral para febre amarela, dengue, zika e chikungunya.

– Suporte técnico para prover kits de diagnóstico e realizar Controle de Qualidade para os Laboratórios que compõe a Rede de Laboratórios de Saúde Pública para Dengue (RELSP-MG).

– Realização das análises de amostras dos casos suspeitos de febre amarela, dengue, chikungunya e zika.

– Acompanhamento dos indicadores de Positividade de amostras e Monitoramento viral contidos no Plano Estadual de Contingência das Arboviroses.

– Avaliação da introdução de um novo sorotipo circulante de dengue e/ou novo vírus (ex. Vírus do Nilo Ocidental).

Veja mais notícias de: Destaque

Publicado em: 02 de dezembro de 2021 08:00

Última atualização: 03 de outubro de 2022 15:34