Estudos desenvolvidos pela Funed possibilitaram a Indicação Geográfica do Mel de aroeira

Pesquisadores do Serviço de Recursos Vegetais e Opoterápicos da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (SRVO/DPD) da Fundação Ezequiel Dias (Funed) realizaram um importante trabalho de tipificação do mel de aroeira do Norte de Minas Gerais. Nesse estudo, foram reveladas suas características únicas e terapêuticas, exclusivas da localidade, e em especial os fatores naturais e humanos que o tornam diferenciado.

As pesquisas possibilitaram o registro de Indicação Geográfica (IG), na categoria Denominação de Origem, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), conforme publicado no último dia 1º de fevereiro. “Os projetos de pesquisa do SRVO colaboraram para a definição da identidade desse produto, para o entendimento da biologia da árvore e suas interações com as abelhas que coletam o néctar para elaboração do mel”, explica a pesquisadora da Funed Paula Calaça.

Os estudos científicos desenvolvidos por pesquisadores e colaboradores da Funed, desde 2010, contribuíram fortemente para demonstrar as especificidades do mel de abelha Apis mellifera L., produzido a partir da aroeira Myracrodruon urundeuva Allemão e de honeydew. “Esses estudos foram financiados pelo Banco do Nordeste do Brasil e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que apoiou também um curso de Doutorado em Biologia Vegetal na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio do Programa de Capacitação de Recursos Humanos de servidores estaduais dentro do tema”, relata Paula Calaça. Os estudos realizados no SRVO foram publicados em periódicos reconhecidos internacionalmente, como a Apidologie e Plant Biology, e contaram com apoio de muitos servidores, estudantes, técnicos e apicultores.

Selo de Indicação Geográfica

O Conselho de Desenvolvimento da Apicultura Norte Mineira (Codeanm) é o requerente da Denominação de Origem do Mel de Aroeira junto ao INPI, cujo processo contou também com apoio de diversas instituições, como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e o Sebrae. “Essa indicação traz muitos benefícios para o norte de Minas Gerais, fomenta o desenvolvimento da apicultura local, reconhece a qualidade do mel produzido na região e estimula a preservação das Matas Secas e das abelhas”, reforça a pesquisadora da Funed.

Mesmo diante da grande conquista que foi o selo de Indicação Geográfica, mais estudos com o mel de aroeira continuam sendo feitos na Funed. “O SRVO tem muitos trabalhos que investigam o potencial terapêutico desse mel, que é produzido também em outras regiões do país, e cada uma delas pode pleitear a sua IG. Tipificar esses méis é uma pesquisa ativa do nosso grupo. Os estudos contínuos com o mel de aroeira auxiliam na valorização cada vez maior do produto e possibilita que ele ganhe mais mercado”, explica Paula Calaça.

Nayane Breder – Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento

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Publicado em: 16 de fevereiro de 2022 18:00

Última atualização: 03 de outubro de 2022 15:33