Funed realiza diagnóstico e mapeamento genético dos vírus da dengue

De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o dia 11 de maio, o estado já contava com 26.191 casos de dengue e 14 óbitos pela doença confirmados. São mais óbitos registrados que em todo o ano de 2021.

O aumento de casos da doença se dá no momento em que foi confirmada, pela primeira vez no Brasil, no município de Aparecida de Goiânia (GO), a presença do genótipo cosmopolita do sorotipo 2 do vírus da dengue. A chegada preocupa pesquisadores, pois há a possibilidade dessa variante se disseminar de forma mais eficiente do que a linhagem asiático-americana, também conhecida como genótipo 3 do sorotipo 2, que atualmente circula no país.

De acordo com Maira Pereira, referência técnica do Laboratório de Arbovírus da Fundação Ezequiel Dias (Funed), desde o final de 2021, a Funed estimula a coleta de amostras para o diagnóstico molecular, na fase aguda da doença, conforme orientação do Ministério da Saúde e da SES-MG, segundo a Nota Informativa Conjunta nº 1839/202. “Com as diretrizes acordadas, podemos liberar um resultado mais rápido para os pacientes suspeitos. São feitas as análises para detectar dengue, zika, chikungunya e febre amarela em todas as amostras, que são adequadamente conservadas para esses exames, e ainda podemos saber qual é o sorotipo circulante de dengue em Minas Gerais”, explica.

Até o momento, somente em 2022, já foram processadas mais de 2.500 amostras para biologia molecular de arbovírus, que são as doenças causadas por mosquitos. Esse número já é maior do que as amostras processadas em todo o ano de 2021 para esses exames. Para a referência técnica do Laboratório de Biologia Molecular da Funed, Talita Adelino, com a priorização das amostras na fase aguda, é possível sequenciar as positivas e, dessa forma, realizar a vigilância genômica. “Em Minas Gerais, estamos continuamente fazendo a vigilância genômica das arboviroses  (dengue, chikungunya e febre amarela) e, por enquanto, foram detectados apenas genótipos que já circulam há mais tempo”, afirma Talita.

Talita explica ainda que, com o aparecimento desse novo genótipo em Goiás, a Funed vai intensificar a vigilância genômica com o objetivo de identificar possíveis alterações na circulação viral encontrada até o momento. “Os dados genômicos são sempre reportados à SES-MG e ao Ministério da Saúde para a tomada de ações preventivas e estratégicas de saúde pública”, detalha.

Confira os genótipos já identificados em Minas Gerais:

De dengue 1: genótipo cosmopolita, também conhecido como genótipo 5 do sorotipo 1.

De dengue 2: genótipo asiático-americano, também conhecido como genótipo 3 do sorotipo 2.

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Publicado em: 11 de maio de 2022 15:34

Última atualização: 03 de outubro de 2022 15:32