Funed realiza pesquisas que auxiliam no tratamento do glaucoma

O glaucoma é uma doença que atinge os olhos e é provocada pela elevação da pressão ocular. Apesar de não ter cura, ela deve ser tratada, uma vez que pode levar à cegueira. Segundo estimativa da Associação Mundial do Glaucoma, 4,5 milhões de pessoas em todo o mundo estão cegas devido à doença. No Dia Nacional de Combate ao Glaucoma (26/5), a Fundação Ezequiel Dias (Funed) reforça seu compromisso com a sociedade, por meio de pesquisas que visam a busca de novas propostas terapêuticas para doenças oculares que sejam mais acessíveis e com menos efeitos adversos aos pacientes.

O grupo de pesquisa coordenado pesquisadora Sílvia Ligório Fialho atua há mais de 15 anos na realização de estudos voltados para novos tratamentos em oftalmologia. Atualmente, a Funed firmou parceria com a empresa farmacêutica Ease Labs para desenvolver um colírio à base de canabinoides com potencial para tratar o glaucoma. “Os tratamentos atuais se baseiam principalmente no controle da pressão intraocular e requerem a administração frequente de colírios. Eles são eficazes no controle da pressão, mas não promovem neuroproteção da retina em casos crônicos”, afirma Sílvia Fialho.

Já sobre a opção de tratamento com a cannabis, a pesquisadora reforça que trabalhos descritos na literatura têm demonstrado o potencial dos derivados da planta na proteção de degeneração de células nervosas. “O aumento da pressão intraocular causado pelo glaucoma pode causar danos às células nervosas da retina, levando à perda da visão. Dessa forma, o tratamento com derivados de cannabis propõe não apenas controlar a redução da pressão intraocular, mas também promover neuroproteção da retina, evitando os danos em sua camada de células nervosas”, frisa Sílvia.

Além deste projeto, outros estão sendo desenvolvidos pela equipe e envolvem não apenas a descoberta de novas substâncias para o tratamento da doença, mas também o uso da nanotecnologia para melhoria da eficácia e adesão do paciente.

O glaucoma
A doença no início é assintomática, mas quando os sintomas começam a aparecer, primeiramente acontece uma perda de visão periférica, em que a pessoa apenas enxerga o que está em sua frente e não nas laterais. Depois, o campo de visão vai se estreitando cada vez mais. Atualmente, ela é a principal causa de cegueira irreversível no mundo, pois danifica o nervo ótico e envolve a perda de células da retina. Essas células, por sua vez, são responsáveis por enviar os impulsos nervosos ao cérebro.

A doença é mais comum em pessoas acima de 40 anos, mas pode ocorrer em diversas faixas etárias. Se houver fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes e histórico familiar de glaucoma, deve-se antecipar a procura por um oftalmologista. O glaucoma atinge aproximadamente um milhão de brasileiros e mais de 60 milhões de pessoas no mundo.

O diagnóstico é realizado por meio de exame oftalmológico, em que é medida a pressão intraocular. Também pode-se fazer outros exames como o fundo de olho, visando verificar alterações no nervo óptico e no campo visual. Já o tratamento varia de acordo com o estágio que se encontra o glaucoma. Pode-se tratar apenas com colírios para diminuir a pressão intraocular, ou até mesmo ser necessário fazer cirurgias.

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Publicado em: 26 de maio de 2022 08:00

Última atualização: 03 de outubro de 2022 15:32