Equipe da Funed vai a campo para captura de vetores da Febre do Oropouche

No último mês, quatro servidores do Laboratório de Entomologia da Fundação Ezequiel Dias (Funed) foram a campo para coletar vetores da Febre do Oropouche. O trabalho foi realizado nos municípios de Coronel Fabriciano e Timóteo, entre os dias 10 e 14 de junho, e Joanésia, entre 17 e 21 de junho, a pedido da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial da Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Essa foi a primeira vez que a equipe da Funed, composta pelos servidores João Batista da Silva, Cleider Rodrigues da Silva, Jorge Geral do Martins e Giovani Pontel Gonçalves, foi a campo para captura desses vetores. Ao todo, foram capturados três mosquitos do gênero Culicoides spp., conhecidos como maruim ou mosquito pólvora, e 121 mosquitos do gênero Culex spp., que são os transmissores reconhecidos do vírus Oropouche até o momento.

No entanto, o trabalho não parou por aí. Outras espécies, como Aedes aegypti, Aedes albopictus e Anopheles spp. também foram coletadas e posteriormente encaminhados para análise molecular. A intenção é investigar se mais espécies podem estar transmitindo o vírus. Para o técnico o Laboratório de Entomologia da Funed, Giovani Pontel Gonçalves, o maior desafio desse trabalho foi a condição climática. “O maruim vive, principalmente, em locais úmidos, como brejos, onde há matéria orgânica em decomposição. No período em que o trabalho de campo foi realizado, a temperatura estava baixa, o que dificultou a coleta”, reforça.

Para realizar a captura dos vetores adultos, foram utilizadas técnicas como armadilhas atrativo luminosa tipo CDC, armadilha atrativo luminosa de Shannon, aspiradores elétricos no intradomicílio e no peridomicílio. A referência técnica do Laboratório de Entomologia, Ana Lúcia do Amaral Pedroso, ressalta que como essa foi a primeira vez que foi feita a captura de Culicoides para vírus Oropouche, ainda é preciso realizar mais coletas para que os resultados possam ser comparados. “É necessário coletar mais vetores, em períodos sazonais diferentes, para se ter um melhor retrato sobre a ocorrência da população de Culicoides na área pesquisada”, frisa.

Circulação do vírus no estado
O acionamento da equipe da Entomologia pela SES-MG foi motivado pela identificação de quatro amostras detectáveis para o vírus Oropouche (OROV) no estado, que haviam apresentado resultados negativos para dengue e chikungunya. Posteriormente, no dia 31/5/24, o número de amostras detectáveis aumentou para 74, sendo que a maioria delas foram oriundas de municípios da Unidade Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, onde estão localizados os municípios contemplados pela ação em campo da Funed.

Os vetores coletados nesse trabalho foram identificados a nível de gênero, ainda em campo, e apenas as espécies de interesse foram enviadas à Funed, conservadas em nitrogênio líquido. Após a entrada na Fundação, pelo Serviço de Gerenciamento de Amostras Biológicas, as amostras foram enviadas ao Serviço de Virologia e Riquetsioses, para a realização do diagnóstico molecular pela técnica de PCR em tempo real para detecção do vírus Oropouche. O resultado mostrou que as amostras coletadas foram negativas para a doença.

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Publicado em: 08 de julho de 2024 17:16

Última atualização: 08 de julho de 2024 17:19